Cólica no bebê

Por junho 4, 2018 janeiro 9th, 2019 Cuidados

Cólica no bebê: como identificar?

Será que o meu bebê está com cólica? 

Essas perguntas são frequentes no consultório de pediatria e concordo com vocês, nada mais angustiante do que ver aquele bebê tão pequenino, que acabou de chegar ao mundo, chorando de forma INCONSOLÁVEL! A primeira importante dica, principalmente às mamães e papais de primeira viagem é saber que a única forma dos bebês se comunicarem é através do choro. Pensar que no ventre materno, tudo o que eles precisavam, para crescer e se desenvolver, chegava facilmente através do cordão umbilical ( oxigênio e alimentos).

Eles estavam em um ambiente ideal: temperatura agradável, sons agradáveis (que delícia ouvir apenas as batidas ritmadas do coração e voz da mamãe), nada de barulho, de cheiro esquisito, de vozes “estranhas”, de fralda suja, nada de sentir frio ou calor, muito menos fome… gases então,…o que é isso? Pensando no contexto do nascimento do bebê e as dificuldades que ele passa, podemos entender melhor por que existem as cólicas.

Para muitos autores esse período é conhecido como exterogestação ou quarto trimestre, justamente por ser um período de adaptação, tanto do bebê quanto dos seus familiares.

Afinal o que é a cólica?

A cólica nada mais é do que uma condição de estresse significativo do bebê sob a forma de choro! A cólica se caracteriza por acontecer sempre no mesmo horário do dia, geralmente no final da tarde ou por volta da meia noite e tem duração aproximada de 3 horas. O rostinho do bebê fica bem vermelho, os punhos cerrados e ele mexe bastante as perninhas. É um choro INCONSOLÁVEL, que demonstra que o bebê está com muita dor. Nada acalma o bebê! Sim, é desesperador! A cólica geralmente começa em torno da segunda semana de vida e costuma passar por volta dos 3 meses de idade. Alguém se identificou com esse cenário? Calma, respire fundo… Vai passar! Ter calma é a segunda importante dica para saber lidar com essa angustiante situação!

Por que a cólica ocorre?

Uma somatória de fatores: o sistema nervoso do bebê é extremamente sensível ao mínimo estímulo do ambiente ( por isso a importância da calma de quem tiver com o bebê no momento da cólica!). Além disso, o bebê começa a receber o alimento através de um intestino imaturo. Lembra que comentei anteriormente? No útero o alimento chegava prontinho pelo cordão umbilical. As contrações intestinais chamadas peristaltismo ainda estão desorganizadas, o que pode provocar desconforto e dor. Quais os alimentos devem ser evitados pelas mamães que estão amamentando? Não existe nenhum estudo científico que comprove que determinado alimento tenha relação direta com cólicas nos bebês. Porém, existem alguns alimentos que causam desconforto nas mamães, nesse caso esses alimentos devem ser evitados. O ideal é que a mamãe que amamenta tenha uma dieta equilibrada, com alimentos naturais, não condimentado ou industrializados. Ou seja, uma alimentação saudável!

IMPORTANTE: a cólica, na grande maioria das vezes é uma condição benigna e auto limitada. Caso haja alguma anormalidade, o pediatra deverá ser consultado. Sinais de alerta para que as mamães procurem imediatamente o pediatra: febre ( acima de 37,8ºC aferida com termômetro axilar), sonolência ou irritabilidade excessiva, gemência, bebês que não tenham uma mamada tranquila (“brigam” com o seio arqueando as costas para trás), bebês que não ganham peso adequadamente, choro constante, durante o dia todo! Outros sintomas associados: sangramento nas fezes, vômito em jato, regurgitação excessiva com baixo ganho pôndero-estatural.

O que fazer na hora da cólica?

Primeiramente, manter a CALMA! Respirar fundo! Entrar em desespero só vai piorar a situação. Como a cólica costuma ocorrer sempre no mesmo horário, uns 30 minutos antes do seu início, leve o bebê para um local tranquilo da casa e com pouca luminosidade.

Coloque uma música clássica, sons da natureza ou qualquer ruído branco. Cante para o seu bebê, deixe ele no seu colo sentindo o calor do seu corpo. Nesse momento que antecede a cólica, um banho de imersão em água morna costuma ajudar, deixando o bebê mais relaxado.

No momento da cólica, as medidas que costumam aliviar o desconforto são: bolsinha de água morna na barriguinha do bebê (cuidado com temperaturas excessivas. Evite queimadura!), “ginástica” com as perninhas do bebê, massagem na barriguinha no sentido horário. Uma posição que costuma deixá-los melhor acomodados é de bruços no braço da mamãe ou papai, de modo que a mão de quem segura possa fazer massagem na barriga do bebê delicadamente.

Uma outra dica importante é que os cuidadores se revezem durante o período da cólica. Assim que começarem a ficar estressados com a situação peça que o outro cuidador assuma o posto. Lembrem-se: os bebês são como esponjas dos nossos sentimentos. Se percebem o estresse do cuidador, a situação só tende a piorar criando um ciclo vicioso …

Dra Renata Scatena é especialista em pediatria geral e puericultura na PIK (http://www.pediatriaeimunizacaoklabin.com.br/pediatriageral…)

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