Livre demanda: 4 Mitos

Por março 20, 2018 agosto 6th, 2018 Aleitamento

O que é livre demanda?

Rebemos um comentário num vídeo sobre livre demanda dizendo que “o bebê não precisa ficar comendo toda hora”, “quem vai ensinar as coisas para o bebê é a mãe e não o contrário”, “que tem que ter horários e rotina” e que “a Pediatria precisa evoluir” e “um dia essa história de livre demanda será questionada”.

Bom, vamos lá. Alguém que escreve isso não entendeu o que é a livre demanda. Vamos esclarecer alguns mitos?
🔸Mito 1 – falta de rotina
4 mitos sobre Livre Demanda

É um equívoco achar que fazer LD quer dizer não ter rotina. Ao longo dos primeiros meses a dupla mãe-bebê vai se conhecer e a mãe vai conseguir identificar as necessidades da criança. Pelo choro ou pelos gestos vai perceber se é fome, hora de trocar fralda ou sono. Amamentar em LD é se libertar de horários rígidos. Entender que nem sempre o bebê vai mamar tudo de uma vez. Aos poucos cada mãe se ajusta ao seu bebê e vice-versa e fazem sua rotina, que é única!
🔸Mito 2 – mãe escrava
LD não quer dizer “chorou, dá o peito”. Não se trata de deixar o bebê mandar na sua vida e sim de construir uma parceria com aquele que ainda se reconhece como uma extensão de você até perceber que é um ser individualizado. Peito não é só alimento, é água para matar a sede, é carinho, toque e aconchego. Só se sente escrava quem não atingiu essa cumplicidade com o bebê ou que tem outras questões a serem resolvidas no turbilhão que é o puerpério. Muitas vezes a exaustão pela demanda do bebê é mais emocional do que física e se resolveria com uma rede de apoio maior.
🔸Mito 3 – sono
Amamentar em livre demanda não é sinônimo de bebês que não dormem direito. Eu tenho uma filha que mamou em LD até os 21 meses e dorme a noite toda desde os 2 meses. Assim como conheço quem não fez LD e a criança acorda varias vezes. A rotina de sono independe da LD e cada bebê é único!
🔸Mito 4 – é lei
A LD não é regra absoluta. Se você acha que não funciona para você pode tentar fazer do seu jeito. Mas nós pediatras amigos da amamentação vamos continuar insistindo que é bom. Leva a menor perda de peso após o nascimento, estimula a produção de leite e ensina a criança a regular a ingestão de acordo com a fome (importante para prevenir obesidade no futuro), além de estimular o vínculo.
Cada bebê é único e cada mãe se percebe de um jeito depois que vira mãe. Há muitas questões envolvidas nessa transição e o certo é viver o momento da forma que for menos pesada, sem culpa, e buscando ajuda sempre que necessário.

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